Eu sempre soube que queria ser mãe!
Desde pequena, a
resposta para a grande pergunta "O que você quer ser quando crescer?"
era: Eu quero ter um filho.
Os anos passam, a vida toma vários rumos
diferentes e interessantes, mas a vontade de ser mãe sempre esteve ali.
Guardadinha, esperando o momento certo. E o tal momento certo chegou aos meus
26 anos.
Da primeira suspeita ao positivo, o que
durou cerca de 2 semanas, dentro de mim as primeiras mudanças apareceram.
Muitos cuidados e até uma foto da barriga ainda lisinha para o caso de se
confirmar a gravidez. Desde então, o possível bebê já deveria
"sentir" que era parte da família.
E foi assim, dentro do carro, abri o
envelope do exame e antes mesmo que pudesse ler o resultado, caiu uma foto de
um bebê escrito PARABÉNS. As mãos começaram a tremer, o coração disparou, as
pernas pareciam não funcionar e os olhos buscavam confirmar aquele positivo
várias vezes.
Primeiro, visitamos meus pais, depois
ligamos para os demais familiares e amigos para dar a grande notícia. Em
seguida, ligamos para o ginecologista e informamos a "urgência" da
consulta, pois um pré-natal tinha que começar IMEDIATAMENTE!
E então, como mágica, tudo dentro de mim e
aparentemente ao meu redor também, mudou. Os livros e revistas que eu queria
ler eram todos sobre gravidez. Os sites que eu visitava eram sobre
desenvolvimento da gestação ou tinham a palavra bebê no endereço. As lojas que
faziam meus olhos brilharem eram as que vendiam coisas para o meu filho... ou
filha. E é nessa hora que a gente percebe que, ao contrário do que a gente
imagina antes de ficar grávida, o fato de ser menino ou menina não faz qualquer
diferença.
Claro que a vontade de saber o sexo do
bebê é enorme. E até uma barra de chocolate antes da ultrassonografia, para que
o bebê se movimentasse bastante e revelasse o sexo, eu comi. E funcionou. Com
12 semanas o médico disse: "meu palpite é que é menina, mas não vá sair comprando
tudo rosa".
Eu não saí
comprando coisas para menina, isso eu fiz com 16 semanas, quando tive a
confirmação. Mas a partir do "palpite" do médico, eu me senti mãe de
menina. Já podia direcionar minhas conversas, que até então eram com o bebê,
para a minha MENINA. Poderia escolher o seu nome e pensar em como seria seu
quarto e o seu enxoval.
Até que completasse as 40 semanas, parece
que uma eternidade se passou. Quanta coisa diferente. O corpo da mãe muda a
cada dia e cada mãe tem mudanças diferentes. O crescer da barriga é ao mesmo
tempo maravilhoso - pois sabemos que nossa filha está ali dentro, protegida, se
desenvolvendo - e assustador, pois como é difícil se reconhecer naquele corpo
tão diferente. No meu caso, os cabelos mudaram muito, espinhas tomaram o meu
rosto, o nariz e a boca ficaram enormes e o corpo todo inchado. Tão inchado que
a meia de compressão e o repouso no final do dia viraram meus grandes
companheiros.
O que veio de positivo desse inchaço foi a
hidroginástica para gestante que fui orientada a fazer. Lá eu trocava
experiências e informações sobre a gestação, falava sobre os sonhos e medos em
relação à minha filha, cuidava do corpo, da cabeça e sentia uma conexão
incrível com a pequena, pois ela respondia a cada exercício e estímulo.
Cada ultrassonografia trazia um pouco de
tensão, por medo de ter alguma coisa errada com ela e muita expectativa. Até
então, essa era a melhor forma de saber como minha filha realmente estava. Se
crescia e ganhava peso como previsto, se seus batimentos cardíacos eram fortes,
e principalmente, se ela estava saudável. E era tão especial, que todas as
vezes eu saía de lá chorando e sonhando.
Tudo correndo conforme o esperado, enxoval
pronto, parto natural definido, cursos preparatórios para maternidade e parto
terminados, e o nome finalmente escolhido: MANOELA.
Uma semana antes da semana prevista para o
parto, consulta com o ginecologista. Exames que já estava acostumada, uma vez
que no final da gestação as consultas eram semanais, mas o semblante do médico
diferente. Ele começou a fazer algumas ligações. Pediu à secretária que fosse
marcado outro exame imediatamente e que ela ligasse no hospital e agendasse a
cesárea para aquele dia. Olhei para o meu marido e vi que ele também não estava
entendendo nada.
O médico então nos explicou que Manoela
estava muito "quietinha" na barriga e que não respondia adequadamente
aos estímulos recebidos. Disse ainda que se tudo estivesse bem nesse novo
exame, o parto seria naquele dia: 14.08.2008. A pergunta imediata foi: E se não
estiver tudo bem com ela? E a resposta: "Ela vai nascer hoje".
A secretária ligou dizendo que já podíamos
fazer o exame e que tinha conseguido o último horário para o parto. O médico
pediu que ela ligasse novamente informando que o parto era urgente e recebemos
a orientação de estar no hospital às 15 hs. Era por volta de 9:30hs.
O exame foi feito e Manoela não respondeu
aos estímulos como deveria mais uma vez. A suspeita do médico, circular de
cordão. Ele nos tranquilizou dizendo que ela estava bem mas que precisava
nascer. Saímos do consultório assustados e eufóricos. Um medo enorme de que
alguma coisa não estivesse bem encheu meu peito. Não me importava em não ter o
parto natural que eu queria, mas me assustava fazer uma cesárea daquele jeito,
não pela cirurgia em si, mas pela indicação tão urgente.
Telefonamos para os avós e tios avisando
que a Manoela ia nascer naquele dia. Passamos no escritório para deixar as
últimas orientações, fui ao salão fazer as unhas e fomos buscar as malas que já
estavam prontas.
Chegamos ao hospital. Alguns familiares
chegaram para acompanhar tudo com a gente. Procuramos os fotógrafos que iriam
fotografar o parto (o que infelizmente não aconteceu por erro deles), fizemos a
internação e fomos para o quarto. Realizados alguns procedimentos, era só
aguardar.
Centro cirúrgico, coração disparado,
equipe médica cantando animada e às 17:12 hs nasceu a Manoela. Agradeci a Deus
e comecei a chorar. Demorou um pouco e ela chorou. O choro dela trouxe um
alívio e amor inexplicáveis. Meu marido a pegou no colo e trouxe para que eu
pudesse vê-la. Esse foi o exato momento em que senti realmente o maior amor do
mundo. Ela foi levada para exames e enquanto o médico terminava minha cirurgia
me dizia que o cordão umbilical estava dando algumas voltas no pescoço dela e
que graças a Deus o parto tinha sido feito. Agradeci a Deus pela segunda vez.
Sala de recuperação por um tempo longo
demais, mesmo com todos os meus esforços para mexer as pernas. Tinha ouvido a
enfermeira dizer que a mãe só poderia ir para o quarto quando conseguisse mover
as pernas, ou seja, quando tivesse passado o efeito da anestesia. As pernas já
estavam prontas, mas a equipe de enfermagem não. Depois de longas horas, fui
para o quarto e pouco tempo depois chegou a Manoela.
Desde esse nosso primeiro encontro, e até
hoje (ela já tem 3 anos e quase 5 meses) minha vida teve outro sentido. Tudo é
pensando nela e tudo é feito por ela. Cada sorriso dela transforma o meu dia.
Seu amor transforma minha vida. A cada dia tento aprender mais, tento ser uma
pessoa e uma mãe melhor. Quero que ela cresça se sentindo segura e amada. Quero
que ela seja uma pessoa boa. Quero que ela seja feliz!!!
Que lindo!!!!! Parabéns amiga eu que sempre acompanhei tudo desde o começo fiquei emocionada. Amos vcs, bjss Amanda
ResponderExcluirMinha amiga querida!!!! Você acompanha minha vida há tanto tempo e hoje tenho a alegria de você acompanhar a vida da Manô também!! Precisamos nos encontrar mais esse ano!!! Muita saudade de você! Amo você! Beijos
ResponderExcluirPaola, adoro blogs, principalmente os relacionados a crianças e viagens, acho até que estou ficando um pouco viciada rsrrs... Adorei conhecer o seu e saber um pouquinho mais sobre a historia de vcs. Vou passar sempre por aqui !!
ResponderExcluirBeijos e um beijinho na Manô !