Manoela estava com 1
ano e 4 meses quando decidimos que era hora de ir para a escola. Até então ela
ficava comigo o dia todo no escritório. Enquanto era um pouco menor, era tudo
muito tranquilo, mas ela foi crescendo e o espaço aparentemente diminuindo.
Fizemos algumas pesquisas na internet, lemos algumas
revistas, conversamos com quem tinha filho na escola e com a Maísa, uma grande amiga
pedagoga que nos deu boas dicas. Selecionamos as escolas que mais nos
interessaram e fomos visitá-las.
Como é difícil achar um lugar que tenha tudo aquilo que a
gente quer para os nossos filhos. Em uma escola tinha crianças demais e
professoras de menos. Em outra as crianças estavam assistindo televisão com a
professora com a porta trancada. Em outra o espaço era muito reduzido. Na
próxima só ouvíamos os gritos das crianças e mal conseguimos conversar com a
educadora. Mas aí, decidimos conhecer uma escola que, embora não tivéssemos tido
nenhuma informação, me interessava pela pedagogia: São Micael Jardim Waldorf.
Na minha opinião, um dos principais fatores a ser levado em
conta na escolha de uma escola é a pedagogia adotada. É necessário que exista
uma conexão entre os valores da família e os valores da escola. A pedagogia
Waldorf, com sua preocupação com a individualização das crianças, o
conhecimento do temperamento de cada uma, o incentivo do sentir muito antes do
pensar, as atividades ao ar livre, a necessidade de participação constante dos
pais, me encantava. E ficamos ainda mais encantados quando fomos conhecer a
escola. Quem nos atendeu foi a dona da escola, a Márcia.
Voz doce e baixa, atenciosa e extremamente apaixonada pela
pedagogia nos mostrou e explicou tudo com tanto amor e clareza que não tínhamos
dúvida que aquela era a escola da Manoela. Fomos conhecer as instalações e
ficamos ainda mais encantados. Encontramos as crianças da turma, que mais tarde
seria a turma da nossa filha, sentadas, serenas, fazendo a refeição. Foi lindo ver a recepção que deram a ela.
Manoela foi efetivamente para a escola no dia 11 de janeiro
de 2010. Ela já andava desde dezembro, falava algumas coisas e isso nos deixava
um pouco mais tranquilos quanto a sua adaptação. Após brincar um pouco sob
nossa supervisão, nos despedimos e fomos esperar na secretaria da escola. Ela
chorou. E cada vez que eu ouvia seu choro tinha vontade de chorar também,
pegá-la no colo e levá-la dali. Mas essa era uma situação que todos nós tínhamos
que enfrentar. Depois de alguns minutos ela já estava brincando feliz e nós
fomos “dispensados”. Em menos de duas semanas ela já estava totalmente
adaptada.
Depois de 3 meses na turma do berçário ela passou para o
maternal. Como ela já tinha contato com as novas professoras, a adaptação foi
ainda mais tranqüila. Lá a pequena se desenvolveu muito. A cada dia chegava cantando uma música nova
ou falando uma palavra diferente. Fez amigos. Brincou. Desenvolveu muito a
parte motora. Foi feliz.
No final do ano decidimos mudar de cidade e a despedida na
escola foi muito emocionante. A professora Flávia, com muito carinho, fez um
porta retratos (que está em lugar de destaque no quarto até hoje) e tirou uma foto
da turma toda para que ficasse de recordação. Escreveu uma carta para a Manoela
que me faz chorar todas as vezes que leio e que faço questão de guardar para
que ela leia quando for um pouco maior.
Ano novo, nova escola, medo que tantas mudanças (casa,
cidade, escola, amigos, família) pudessem afetar negativamente a Manoela. Fomos
conhecer a Rudolf Lanz que também segue a pedagogia Waldorf. Quem nos apresentou
a escola foi a Wânia, que hoje é a professora da Manô. A empatia foi imediata.
E quanto às instalações, não tinha como não se encantar. Assim sendo, foi muito
fácil decidir para qual escola ela iria. Nem mesmo quisemos conhecer outras
opções da cidade.
Como todos os dias podemos levá-la e buscá-la na salinha,
podemos vê-la interagindo com as professoras e os amigos. Através dessa
observação e das informações passadas por ela mesma e pelas professoras “conhecemos”
uma Manoela extrovertida e destemida.
Agora, Manoela está começando seu segundo ano na escola. Enquanto as aulas não começam ela participa do curso de férias. O curso é no período da tarde, mas ela já acorda perguntando se é hora de ir. Volta a cada dia mais esperta e encantadora dividindo com a gente todos seus aprendizados. Como é bom ter a tranquilidade de deixar nossa filha em uma escola que confiamos tanto.
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