Depois
de 9 longos dias longe de casa, voltei. Nos dias que antecederam a minha
viagem, Manoela estava surpreendentemente tranquila. Dizia que ia sentir minha falta, simulou como
seria quando ela fosse me buscar no aeroporto (“mamãe, vamos fazer de conta que
você está chegando da viagem?” Correu, pulou no me colo e disse que sentiu
saudade), pedia presentes... tudo isso sem chorar ou esboçar tristeza. Quase na
véspera ela me disse que não queria que eu fosse. Meu coração quase parou.
Expliquei que voltaria logo e ela esqueceu o assunto. No dia de ir viajar mesmo
ela estava ótima. Na hora da despedida me deu um abraço e correu pra brincar.
No fundo eu tinha certeza que ela ainda não tinha realmente entendido o que
estava acontecendo e que em pouco tempo começaria a chorar. Combinei com meu
marido que se a noite fosse muito ruim eu voltaria. Meu vôo era 8 e 45 da manhã
e eu nem embarcaria. Antes de embarcar falei com ele e ele me disse que a noite
tinha sido ótima. Assim sendo, embarquei com destino a Nova Iorque.
Minha
mãe chegou no sábado para ficar com ela e isso me deu uma tranqüilidade a mais.
Conheço minha mãe e sei que o cuidado que ela dedica a minha filha é extremo.
Ela é até mais cuidadosa que eu (e olha que sou uma mãe chiclete assumida).
Além de tudo, tinha certeza que ela iria se divertir muito com a vovó. Vovó
Esther é extremamente disposta e criativa e não poupou esforços para entreter a
pequena.
A
viagem foi ótima. Muitos passeios, compras e momentos só para mim. Aliás, era
tanto tempo livre para mim que no começo me senti perdida. Eu podia dormir a
noite toda, sem acordar nenhuma vez (e por mais que ficasse cansada, por hábito
acordei todas as noites), tomar longos banhos (até banho de banheira eu tomei),
ouvir música, assistir qualquer coisa que não fosse Discovery Kids, comer o que
quisesse... era muita liberdade!
Toda
vez que nos falamos por telefone ou skype a pequena estava bem. Nos últimos
dias começou a perguntar quando eu voltaria e pediu para voltar antes. Expliquei
que não tinha como e ela mais uma vez entendeu.
Nos
últimos 30 minutos do voo de volta senti o coração disparado, as mãos geladas e
uma ansiedade imensa. A vontade de ver minha filha era muito grande. A emoção
foi demais. Ela já estava exausta, era tarde, e estava sentadinha no chão do
aeroporto. Me viu e nem sorriu. Cheguei perto dela e ela veio para o meu colo.
Daí não quis mais sair. Muitos abraços e beijos. Meu coração estava novamente
tranquilo e eu me sentindo plena novamente.
A sua filha é linda! Eu que não pensava em ter filhos já estou com duvidas.
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